Esses dias eu assisti ao novo Lobisomem, uma atualização do clássico filme estrelado por Lon Chaney Jr., para uma trama bem diferente e eu até que gostei bastante do filme, então resolvi relembrar um pouco das novas versões mais famosas de clássicos filmes de monstro que fizeram barulho.
Em 2020 a Blumhouse veio com O Homem Invisivel, depois do fracasso retumbante da bobissima nova versão de "A Múmia", com Tom Cruise, eles resolveram apostar em orçamentos menores, e filmes mais contidos, e que acerto foi esse filme. O original de 1933 é um filme divertido, e chama atenção pelos efeitos especiais, agora aqui temos uma trama mega tensa sobre relacionamentos tóxicos.
Temos nossa protagonista Elizabeth Moss que está fugindo de um relacionamento abusivo com um cientista maluco e milionário, quando tudo parece ter se acertado após o homem aparentemente ter cometido suicídio, coisas supostamente sobrenaturais passam a acontecer, na verdade o embuste não morreu, ele está usando um traje para se tornar invisivel e atormentar cada momento da vida da sua ex. Isso cria um thriller divertido, cuja intensão não é o terror em si, mas o relacionamento.
Essa atualização é bem vinda, e cria uma experiencia totalmente diferente do filme original, com reviravoltas interessantes e homens sendo colocados em seus devidos lugares por mulheres poderosas. O filme permite um discussão aberta entre ele e o público para repensar suas ações e relacionamentos.
Ficha Técnica:
O Homem Invisível (The Invisible Man) — Estados Unidos, 2020
Direção: Leigh Whannell
Roteiro: Leigh Whannell
Elenco: Elisabeth Moss, Storm Reid, Aldis Hodge, Harriet Dyer, Zara Michales, Oliver Jackson-Cohen, Nash Edgerton, Bianca Pomponio, Anthony Brandon Wong, Benedict Hardie, Serag Mohamed
Duração: 1 hora 49 minutos
Outro filme muito legal pra essa lista é Nosferatu, talvez o melhor deles, Robert Eggers não tentou atualizar a clássica cópia de Dracula para os tempos modernos, e sim criou uma versão moderna do clássico, com um filme denso, pesado, assombrado! Essa versão é extremamente linda, uma boa, afinal o original era o exemplo do expressionismo Alemão da época. O filme também retrata a decadência humana na forma das relações tóxicas, nosso herói, Thomas Hutter, é enviado para resolver uma questão contratual com o Conde Orlok, nosso Nosferatu - o vampirão sinistro -, em um lugar cercado por lendas e supertições, que claro, vão se provar reais.
O que Orlok quer na verdade não são terras, e sim a esposa dele, a bela Ellen, que esta doente e possui um passado sombrio no qual ela própria entregou sua alma para esse vampiro demoniaco, que agora volta para busca-la, e daí pra frente tem um thriller tenso onde é uma corrida contra o tempo pra salvar a alma da jovem, enfrentar o vampiro e não enlouquecer no processo.
O filme retrata, em muitas camadas de subtexto, uma experiencia crua de terror angustiante, ansiedades, inseguranças, fé e medo. E ainda tem espaço para um pouco de humor, principalmente com William Defoe como um caçador de vampiros. Sério é um dos melhores filmes de terror já lançados, todas as atuações são incriveis, a historia te prende do começo ao fim, e o final é excelente.
Ficha Técnica:
Nosferatu (Alemanha/França – 2024)
Direção: Robert Eggers
Roteiro: Robert Eggers, Henrik Galeen (inspirado no romance de Bram Stoker)
Elenco: Bill Skarsgård, Nicholas Hoult, Lily-Rose Depp, Aaron Taylor-Johnson, Emma Corrin, Ralph Ineson, Simon McBurney, Willem Dafoe
Duração: 1 hora 47 minutos
E pra fechar o post, volto ao mais recente, e não tão bom quanto os anteriores, mas ainda sim um filme divertido de acompanhar, o novo Lobisomem, que troca as lendas e folclore do original, por, novamente, relacionamentos tóxicos que destroem.
O filme também é do Leigh Whannell, que se você leu lá em cima, dirigiu O Homem Invisivel, e mesmo errando um pouco a mão no ritmo, acerta na tensão e nas situações, o filme começa com a relação conturbada entre um pai rigido e bruto contra seu filho Blake que, ainda criança, era levado para caçar e fazer "coisas de homem", até que o pai fica surtado em caçar o tal Lobisomem a solta na floresta. Vamos para o futuro onde Blake tem esposa e filha, só que seu casamento não está numa situação muito boa, até que ele recebe uma carta oficializando a morte do pai, desaparecido a anos, e resolve ir com sua familia para a antiga casa da floresta, em uma tentativa de criar novos laços familiares entre os 3.
Claro que eles vão dar de cara com um Lobisomem, que vai trazer todo o passado a tona, em uma historia de dor e sofrimento, um ciclo vicioso de famílias que não conseguem se entender e superar traumas do passado, onde o monstro acaba se tornando uma metáfora para tudo isso. O filme é bem atmosferico, muito bonito, que só precisava de um pouco mais de foco e ritmo mais amarrado pra ser excelente, mas que também a vale a pena assistir!
Ficha Técnica:
Lobisomem (Wolf Man, Estados Unidos – 2025)
Direção: Leigh Whannell
Roteiro: Leigh Whannell, Corbett Tuck
Elenco: Julia Garner, Christopher Abbott, Sam Jaeger, Matilda Firth, Benedict Hardie, Ben Prendergast, Milo Cawthorne, Zac Chandler, Beatriz Romilly
Duração: 1 hora 43 minutos