Continuando minha saga pela série James Bond, o segundo filme, segue a onda de sucesso de "007 Contra o Satanico Dr. No" e dobra o orçamento para uma aventura ainda maior, que agora está quase se encontrando, com um personagem ainda mais maduro e sagaz, com cenas de ação mais elaboradas e um grupo de vilões interessantes.
Moscou contra 007 é iconico por apresentar a SPECTRE, SPecial Executive for Counter-intelligence, Terrorism, Revenge and Extortion, que busca vingança e quer matar James Bond após ter os planos deles frustrados no filme anterior.
Eu gostei bastante de terem usado a Guerra Fria em um contexto que faz bastante sentido e não é tão exagerado de "dominação mundial" quanto o título faz parecer, uma outra coisa legal nesse filme é a introdução de gadgets pro herói, no caso a maletinha com moedas explosivas, facas e bombas de gás lacrimogenio, inclusive esse é o único filme que meu pai se lembra de ter visto do personagem, sempre que eu comentava com ele sobre um filme de 007 ele perguntava "é o cara da maleta né?", icônico demais!
O filme começa focando bastante na organização do MAL - que inclusive é daqui que vem grande parte das paródias do vilão Blofield (o Nº1) da série Austin Powers com o seu vilão Dr. Evil também fazendo carinho em um gatinho - e começa a mostrar algo que séria tradicional na série, vilões marcantes e caricatos, nesse caso é a agente da S.P.E.C.T.R.E. Rosa Klebb, uma senhora psicopata que é bem engraçada.
Aqui James Bond - com um Sean Connery ainda mais charmoso e confiante no papel - é incumbido de ajudar uma bela agente soviética (a linda Daniela Bianchi) a fugir de seu país, para então tentar recuperar uma leitora de códigos na embaixada russa, em Londres. Porém, Bond não sabe que a temível organização criminosa Spectre organizou esta armadilha no intuito de executá-lo, e esse é o plot twist, tanto a agente quanto a missão são parte do plano dos vilões para matar Bond e pegar tal maquina que lê os códigos soviéticos.
E isso dá situações inusitadas pro 007 vencer, quando não pode confiar em ninguém e se vê sozinho pela trilha do trem no Orient Express, onde cada parada cria novas situações de conflito. As cenas de ação aqui são bem melhores, com boas lutas e grandiosas e explosivas perseguições de carros. Claro, levando em consideração que é um filme dos anos 60, é um filme bem divertido, mas que assim como o anterior, demora um pouco pra engrenar, sendo mais divertido lá pros 40 minutos finais depois que o Bond precisa atravessar a Russia com sua maleta.
Achei uma sequencia superior ao filme anterior, cheio de ação e suspense, e até coloca um "anti James Bond" na cola do héroi, perseguindo ele o filme todo que é uma dinâmica bem legal. Só é importante lembrar que esse filme é um retrato do seu tempo, e assim como Dr. No, possui retratos estereotipados de negros e asiaticos, sem contar seu machismo retratando mulheres ao redor de James, seu caso com a Bondgirl é fazer ela acreditar que ele está apaixonado o tempo todo, da-lhe terror psicológico, vá com esse pensamento para todos esses filmes.
Ficha técnica:
Moscou Contra 007 (From Russia With Love, Inglaterra, 1963)
Direção: Terence Young
Roteiro: Richard Maibaum, Johanna Harwood
Elenco: Sean Connery, Daniela Bianchi, Pedro Armendáriz, Lotte Lenya, Robert Shaw, Bernard Lee, Eunice Gayson, Walter Gotell, Francis De Wolff, George Pastell, Nadja Regin, Lois Maxwell
Duração: 115 min. (1 hora e 55 minutos)