Hoje eu quero trazer de volta um dos meus jogos de RPG de ação favoritos, e que realmente não é lá muito famoso ou reconhecido internacionamente, mas foi um sucesso nos PCs japoneses e continua ganhando novos títulos até hoje, é a série Ys, mais especificamente hoje o primeiro jogo, da série (que na verdade é meio jogo, pois foi dividido em 2 pra ser lançado em tempo).
O jogo original saiu inicialmente para o PC-88 em 1987 pela Nihon Falcom, e alguns outros computadores pessoais japoneses nos anos 80 e 90, aqui nas américas o jogo foi lançado para o TurboGrafx-16 CD, em uma das melhores versões caseiras, e para o Master system, todas com variações do título gigante e terrivel de "Ancient Ys Vanished Omens".
Ys é protagonizado por Adol Christin, um guerreiro e aventureiro ruivo que é extremamente habilidoso com sua espada e está sempre pronto para se meter em confusões por todo o planeta, cada jogo dessa franquia é uma aventura escrita no diário desse herói. Adol é um protagonista silencioso, ele até fala, narrativamente falando, mas os diálogos dele não são mostrados em tela.
O nome Ys faz referencia a uma ilha voadora nos céus que foi removida da terra por um terrível mal, os dois primeiros jogos se focam na historia dessa ilha e seus habitantes, lendas e cultura. Cada jogo da série basicamente vai trazer Adol investigando uma cidade perdida, encontrando um mal ancestral e encontrando algumas garotas lindas pra salvar, as quais ele nunca presta muita atenção, mas que se tornam quase como Bond Girls nesses jogos, na verdade a historia dos jogos nunca é lá o principal, e só fica legal mesmo no finalzinho, o foco são as batalhas.
E o gameplay de Ys I é realmente algo muito diferente de qualquer outro RPG de ação, aqui não tem um botão de ataque, no lugar disso você simplesmente avança pra cima dos inimigos andando em direção a eles, parece meio idiota, mas tem uma técnica envolvida. Você tem uma barra de vida, um escudo numa mão e uma espada na outra, e o objetivo é meio que andar pros inimigos um pouco de lado, como se estivesse encostando neles com sua espada ou escudo, o que vai minimizar danos recebidos e aumentar o poder do ataque.
O poder dos ataques vai depender do seu nível e do nível das suas armas, principalmente nesses primeiros jogos vai rolar um bom tempo onde o negocio é ficar farmando pelo "level up", muuuuito mesmo, derrotanto os mesmos inimigos de novo e de novo para ganhar experiencia e dinheiro para comprar armas mais poderosas antes de entrar nos calabouços mais perigosos. Geralmente as dungeons são grandes labirintos com diversas entradas e saídas falsas, é altamente recomendado jogar com um guia para não tornar a aventura frustrante.
Porém o jogo é bem de boa na questão de vida, logo no começo você aprende que enquanto está fora das dungeons, ficar parado no lugar recupera sua vida lentamente sozinho, porém dentro das dungeons apenas usando itens de cura mesmo. É muito fácil morrer, porém o que compensa isso é que você pode salvar o jogo a qualquer momento fora das dungeons, em diversos saves diferentes, então sempre pode experimentar novas estratégias e tentar quantas vezes forem necessárias.
O jogo se foca nessas pequenas coisas para ser ágil e divertido, não se preocupa muito com puzzles ou deixar o jogador perdido por muito tempo, sempre tem um objetivo claro, se estiver lendo todos os textos, falando com todas os NPCs, é bem a parte de ação e aventura de Zelda mesmo. E eu amo os gráficos desse jogo, são bem coloridos e expressivos, principalmente para os computadores da época, mas a versão de Turbo Grafx 16 CD é de longe a mais impressionante, por contar com trilha sonora orquestrada e sequências de animação.
Vamos lá pra historia, no Ys original, Adol chega ao país de Esteria, onde precisa resolver o mistério da terra desaparecida de Ys, com a ajuda de uma cartomante chamada Sara, Adol descobre que seis padres e duas deusas lideravam Ys, e deixaram seus conhecimentos e um acesso para a tal ilha escondidos em 6 livros mágicos, que agora você precisa encontrar, ler e ir revelando os segredos de Ys. Mas além disso monstros começaram a aparecer pela região e estão atacando as cidades, além de um perigoso homem de capa preta rondando a região, e muitos artefatos mágicos para você conhecer seus mistérios.
Ao longo da aventura vamos conhecendo alguns dos descendentes dos padres, as deusas em si, até poder enfrentar o vilão que soltou os monstros e quer acessar a cidade perdida de Ys, Dark Fact. O jogo é relativamente bem curtinho, só tem um pequeno pedaço do mundo para explorar com duas cidades, e alguns calabouços que vão ser as fases de ação, então meio que você precisa repetir um monte desses lugares pro jogo aumentar um pouco de tamanho, além de farmar muito para subir de nível de novo e de novo.
A parte mais legal são os chefes, a maioria deles é frustrante por não mostrarem direito como se derrotam eles, só que tem um charme neles e nas lutas meio cinematograficas que eu adoro. Mas as melhores partes de todos os jogos da série Ys são os finais, e o final desse primeiro jogo é muito maneiro, praticamante a última metade dele é uma dungeon gigante de 25 andares chamara Darm Tower, onde todos os monstros estão saindo, e você vai subindo os andares até confrontar o vilão no topo em uma plataforma onde o chão vai caindo, é muito divertido!
E o jogo termina no auge, após encontrar todos os livros, salvar as deusas, derrotar o vilão, a torre é destruída, os monstros derrotados, e fim.
Ys é um jogo bem importante para o gênero de RPG de ação, um dos pioneiros, tem um combate simples, e uma historia simples também, mas dá pra ver que é um jogo incompleto, e isso é porque a Falcom não conseguiu fazer toda a aventura a tempo do lançamento, e o jogo foi divido em dois, por isso geralmente Ys I & II são relançados juntos, já que o segundo jogo até começa imediatamente após o final desse.
Ficha Técnica:
Ys I: Ancient Ys Vanished (1987)
Desenvolvedor: Nihon Falcom , Publicador: Nihon Falcom
Plataformas: PC-88, Sharp X1, PC-98, FM-7, MSX2, Master System, NES
Jogadores: 1
Diretor: Masaya Hashimoto